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Invista em inteligência de verdade ou fará sua campanha às cegas.

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Invista em inteligência de verdade ou fará sua campanha às cegas.
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Se tem algo que você deveria estar fazendo nesse momento é acumular inteligência. Inteligência é conhecimento e poder, e isso pode mudar o jogo.

Prepare-se para entender como se dão as interações em seus próprios canais, o que dizem as pessoas, o quanto dizem, como reagem a cada tema, e em quais canais determinados assuntos são mais presentes. O que comentam em canais de imprensa, como lidam com determinados veículos, como os usuários se relacionam entre si e como se estruturam em rede. Quer mais? Qual conteúdo performa melhor, quais públicos reagem melhor a cada tipo de conteúdo, horário ou formato.

Agora, cruze tudo isso com dados públicos de bancos diversos, resultados de pesquisas de intenção de voto e tantas outras fontes. Consegue perceber as potencialidades que surgem a partir daí? Lembra da equipe multidisciplinar que citamos, no bloco anterior? Pois bem. Você nunca mais vai fazer campanha como antigamente.

Mas isso é só o começo. Na era das fake news, com notícias falsas compartilhadas nas redes e distribuídas em tempo real pelas tias (ok, somos todos tias) nos grupos de WhatsApp, dar as costas para monitoramento e inteligência pode ser fatal. Quem monitora suas redes saí na frente e diminui drasticamente o risco de ficar para trás e ser surpreendido por um ataque ou com o crescimento de uma narrativa desfavorável.

Leia também: Conteúdo é sua matéria prima

Não se trata apenas de mapear o que está sendo dito, mas, principalmente, transformar conversas, interações e as pistas que os usuários deixam, em uma massa de dados que te ajude na tomada de decisões estratégicas. Nunca houve tantos dados disponíveis para quem se prepara para criar uma comunicação inteligente. Agora, a preguiça não deixa, não é verdade?

Parece muito mais fácil, para alguns, seguir sua própria intuição, recorrer apenas à experiência acumulada nas campanhas anteriores e manter, à força, modelos que não dialogam mais com a atualidade. Principalmente num mundo em que a atualidade muda rapidamente, com a chegada de novas ferramentas, adoção de novas plataformas, desuso de tantas outras, com rapidez jamais experimentada. Isto sem falar do ambiente instável do cenário político e legal que cria desafios extras em nossas eleições.

Diante de tudo isso, é muito importante que você invista em profissionais com perfil analítico e que tenham experiência em acompanhar movimentações no mundo da política, fazendo uso de ferramentas, técnicas e métodos voltados para a captura, processamento, análise e disseminação de inteligência. Não o dado pelo dado, mas o dado como instrumento para tomada de melhores decisões.

É justamente neste contexto, que se torna obrigatório criar condições de colaboração e interação entre as equipes, para que os aprendizados trazidos pelos dados, sejam do domínio de todos e não um patrimônio de um time restrito. As informações que não são compartilhadas, jamais se transformam em inteligência, porque a inteligência demanda coletividade.

Na prática, funcionaria assim:

Crie rotinas para discutir os aprendizados diariamente com toda a equipe. Com entregas e momentos bem definidos dentro da rotina, todos os envolvidos estarão a par do desempenho dos conteúdos, dos temas mais quentes, do teor das conversas e da evolução da imagem do candidato, por exemplo, e poderão colaborar com ideias, propor ajustes na estratégia e na atuação tática durante toda a campanha.

Para materializar isso tudo, defina um portfólio de entregas e sua periodicidade: insights diários em um grupo de WhatsApp, relatórios comentados ao final do dia, um bate papo logo pela manhã com toda a equipe, por alguns minutos, e uma conversa mais longa com os dados consolidados de uma semana, podem fazer toda a diferença.

Nessas conversas, discuta relatórios, gráficos, estudos, provoque um brainstorm e capture insights para a produção de conteúdo, novas abordagens de mídia e revisite a estratégia. Faça rondas diárias com análise das conversas captadas, apure o sentimento nos comentários, levante oportunidades e ameaças, relate tudo que merece destaque nos seus próprios canais ou canais de imprensa.

Entre um papo e outro, gere alertas rápidos para situações que possam demandar resposta imediata, a fim de conter a disseminação de ações coordenadas contra a imagem do candidato, seu partido ou suas ideias, ou simplesmente para não perder oportunidades.

Por fim, breve resumo do mais importante. Pessoas capacitadas, as melhores ferramentas e um ambiente propício para a construção de decisões baseadas em inteligência colocarão a sua campanha em outro nível. Desde que você inicie esse trabalho com antecedência e não caia na armadilha de tentar trabalhar com dados, nas vésperas das eleições. Seria não só um desperdício de recursos como prova de total amadorismo.

Por Mariana Lélis e Thiago Ribeiro

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