Donald Trump realizou um evento neste sábado como parte do lançamento da sua campanha de reeleição à Casa Branca na cidade de Tulsa, Oklahoma. Após um intervalo devido a pandemia do Covid-19, a equipe eleitoral preparava um evento na expectativa de receber em torno de 100 mil apoiadores em um estádio.
Este seria o primeiro comício da corrida presencial e é claro que o importante é ter a casa cheia, com máscaras ou sem máscaras, a aglomeração seria uma prova e tanto de fidelidade ao presidente. Pois bem…
Trump já havia tuitado dias antes que cerca de 1 milhão de pessoas haviam solicitado reserva para o evento que seria gratuito. O que gerou alguns protestos e opiniões divididas devido a situação da pandemia e possibilidade de aglomeração.
No entanto, o que o atual presidente dos Estados Unidos não esperava, era que fosse ocorrer um boicote muito bem articulado pela plataforma chinesa TikTok e fãs de bandas pop Coreanas (K-Pop).
A articulação ocorreu através da “Alt TikTok”, uma plataforma alternativa do serviço, que orientou os usuários (adolescentes em sua grande maioria) a se registrarem para obter um ingresso gratuito e lotar o evento. A intenção, na verdade é exatamente outra: deixar os lugares vazios.
E aqui é que entra o poder das redes sociais emergentes, sendo o TikTok uma daquelas plataformas em que a maioria dos estrategistas pouco prestam atenção. Para ser bem franco, é bem possível que boa parte dos profissionais de comunicação tenham sequer experimentado ou consumido conteúdos por aí. Seus filhos, com certeza.
O TikTok tem pouco mais de quatro anos (a esta altura) mas só recentemente experimento um crescimento vertiginoso. Hoje, já prova sua capacidade avassaladora de mobilizar milhares de usuários em prol de agendas Políticas. Seria o TikTok hoje o que o Twitter foi para a chamada Primavera Árabe? Muita calma nessa hora…
Quem vê as funcionalidades do aplicativo e como os usuários usam para produzir vídeos, dificilmente desconfiaria do alcance e engajamento provocado na ação.
As cadeiras vazias da arena Tulsa deixam duas importantes lições
Primeiro, a necessidade de identificar e interagir com comunidades de apoiadores e ter a noção de como sua base se comporta no ambiente digital. Esse monitoramento certamente guiaria os produtores do evento e acenderia o alerta para o movimento incomum da quantidade de reservas realizadas.
Por fim, a lembrança de que não se pode ignorar uma parcela significativa de usuários da internet, apenas porque eles não estão aptos a votar. É preciso, na verdade, ficar atento as inovações e forma de utilizar as redes sociais por parte deste público. Do contrário, eles podem te boicotar e será tarde demais.
Por Eduardo Melo
Colaborou: Thiago Ribeiro
Vamos debater?
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